Ouro Preto: Berço da História Brasileira

Uma cidade moldada pelo ouro, pela fé e pela luta pela liberdade. Conheça os eventos e personagens que fizeram de Ouro Preto um marco nacional.

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Do Ciclo do Ouro à Inconfidência Mineira

Fundada no final do século XVII, Ouro Preto foi o epicentro da corrida do ouro no Brasil colonial. Durante o século XVIII, tornou-se a cidade mais populosa das Américas, superando até Nova York. Seu nome original era Vila Rica, e sua riqueza financiou igrejas, palácios e a própria Coroa Portuguesa.

No fim do século, surgiu o movimento da Inconfidência Mineira — um dos primeiros passos rumo à independência do Brasil. Líderes como Tiradentes se reuniram em Ouro Preto para conspirar contra a opressão da metrópole.

A Descoberta do Ouro e a Fundação de Vila Rica

Bandeirantes paulistas encontraram ouro nas encostas dos morros de Minas Gerais em 1698, o que deu origem a arraiais mineradores. Dentre eles, Vila Rica (atual Ouro Preto) se destacou. Em 1711, o povoado foi elevado à categoria de vila pela Coroa Portuguesa, tornando-se um dos centros urbanos mais importantes da América Portuguesa.

A Revolta de Felipe dos Santos

Considerada uma das primeiras revoltas contra o domínio português no Brasil, Felipe dos Santos liderou artesãos e mineradores contra a criação das casas de fundição e o controle do ouro pela Coroa. A revolta foi violentamente reprimida, e Felipe foi executado. O episódio marcou o início das tensões políticas que levariam à Inconfidência.

O Auge da Riqueza e do Barroco

No periodo de 1760-1780, Ouro Preto se tornou a cidade mais rica do Brasil, com intensa atividade mineradora. A elite local investiu em arte e religião, resultando em igrejas magníficas como São Francisco de Assis, com obras de Aleijadinho e pinturas de Mestre Ataíde, tornando-se um dos mais belos conjuntos barrocos do mundo.

Reconhecimento e Patrimônio

Em 1980, Ouro Preto foi a primeira cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Mundial da UNESCO, por seu valor histórico e arquitetônico inestimável. Hoje, é um destino cultural que preserva a memória da colonização, da escravidão, da fé e da resistência.